Nos
tempos em que nasceram e viveram os nossos bisavôs, avôs e pais, a quantidade de
chuva que caía sobre a planeta terra era escassa. Mas mesmo assim, bastava que
caísse um pouco por toda zona, as faces transbordavam-se de alegria, pois,
naquela altura, os campos de produção agrícola serviam da base de sobrevivência
para muitas e numerosas famílias.
Quando o
céu fosse coberto de cúmulos (nuvens que formam a chuva), o líder comunitário
do bairro, de forma urgente, emitia um comunicado aos moradores para o
lavrar-se da terra e posteriormente jogar-se nela as sementes. Isto era feito
na esperança de obter-se, na época de colheita, uma boa cultura de milho,
amendoim e mandioca, só para citar alguns exemplos.
Hoje,
realmente os tempos são outros. Tal como se sabe, a chuva já perdeu o seu valor
natural. No lugar de fazer crescer as sementes nas irrigações de campos de
produção agrícolas e incrementar o desenvolvimento sócio económico do país, ela
tem caído para destruir o pouco que com o enorme sacrifício já havia sido
construído.
Actualmente, a chuva aparece em abundância nos locais, dias e horas em que menos se espera e provoca danos de vária ordem. Em todo lado, são destruições de hectares de milho nas irrigações de campo de produção agrícolas, desabamento de diversas infra-estruturas, aumento de intransitabilidade de vias de acesso, famílias encurraladas e desalojadas.
Entretanto, no seio das famílias aumentam as correrias de um lado para outro em busca de algum abrigo. Nas mentes das famílias surgem inquietações do tipo: como dormir e acordar no dia seguinte? E ao serviço, como chegar-se-á com o incontornável tráfego na estrada? Enfim, é uma série de perguntas sem respostas imediatas e nem satisfatórias.
Nos dias que correm, tanto se fala do fim do mundo. Será que as águas de chuva que caem em grandes proporções estarão a anunciar o tal fim!?
Depois da queda de chuva, o Instituto de Gestão de Calamidades Naturais, através dos órgãos de comunicação social, dá um discurso de alívio que, basicamente, se centra no apelo ao abandono das zonas de riscos, isto é, zonas propensas a quaisquer inundações.
Portanto, antigamente previa-se e interpretava-se a chuva, e a sua previsão, embora previsão, dificilmente falhava, hoje, parece que a Homem já não detem de capacidades suficientes para interpretar e compreender o nível das águas e seca que assolam a população mundial.