Com este artigo pretende-se abordar um assunto que tem sido polémico no
seio da nossa sociedade moçambicana. Trata-se das passagens semi-automáticas
mas entendidas muitas vezes como sendo passagens automáticas. Espero que após a
leitura deste texto, o leitor tenha alguma percepção diferente daquilo que se
tem sobre esta política educacional.
Sempre que se fala sobre o actual estágio da educação básica em Moçambique
tem havido muitas interrogações quanto à sua qualidade. Há, também, uma
corrente de opiniões segundo a qual o alcance dos objectivos do desenvolvimento
de milénio por via de passagens semi-automáticas contribui, em larga medida,
para a prevalência do baixo nível de qualidade de ensino, sobretudo no primeiro
ciclo do ensino básico.
Uma das inovações patente no Plano Curricular do Ensino Básico (2003), é a
questão do ciclo de aprendizagem. Advoga-se que a criança deve terminar o
primeiro ciclo (1ª e 2ª classes) enquanto tiver desenvolvido habilidades e
competências específicas de leitura, escrita, contagem de números e realização
de operações matemáticas, mas não é o que sucede para com algumas delas.
O segundo objectivo do desenvolvimento de milénio é a
conclusão efectiva do ensino primário universal. No caso de Moçambique, há
estudos que revelam que esses objectivos estão muito longe de serem alcançados.
O que provavelmente esteja a falhar é a estratégia adoptada para a sua
implementação. Aliado à isso, é o papel dos intervenientes envolvidos no
processo da implementação desta política e os recursos (financeiros, materiais)
disponíveis para à execução eficaz das actividades programadas.
Na implementação da estratégia de passagens semi-automáticas são vários os
actores educativos que participam de diferentes maneiras. Neste artigo, apenas
busca-se analisar e desenvolver o papel de professor, pais/encarregados de
educação e o respectivo aluno.
No que diz respeito ao papel do professor, há teóricos que declaram que
qualquer acção decorrente na sala de aulas está sob responsabilidade do
professor. E a lei 6/92 de 6 de Maio preconiza que a formação do professor deve
permitir que o professor se torne num educador e profissional consciente, com
profunda preparação científica e pedagógica, capaz de educar os jovens e
adultos. Esta afirmação remete-nos a seguinte reflexão: De que maneira os
modelos de formação do professor do ensino primário contribuem para a
ocorrência eficaz do processo de ensino e aprendizagem num ambiente de
superlotação de alunos?
Para uma educação de qualidade, a formação do professor é extremamente
fundamental. Por isso, neste processo, a que serem inclusas os seminários e
capacitações em novas técnicas e metodologias de ensino que se adequam à
realidade concreta. Dito em outras palavras, o professor em exercício e em
formação, gradualmente deve ser munido de ferramentas necessárias de forma que
o trabalho por ele desenvolvido seja cada vez mais eficaz.
Aquando da introdução desta estratégia houve uma percentagem considerável
de professores que não esteve em altura de satisfazer aos pais e encarregados
de educação sempre que fossem questionados a respeito das razões e objectivos
desta nova estratégia educacional, confessava francamente que tinha sido
acolhido de surpresa o que é inadmissível.
Percebe-se que as entidades competentes não expandiram as convenientes
campanhas de sensibilização de sorte que se esclarecesse na íntegra sobre as
finalidades e objectivos da presente estratégia educacional bem como o papel
que cabia ao povo moçambicano na implementação desta estratégia processo que só
culminaria no ano de 2015. Como consequência, até data hoje, a população
moçambicana ainda se questiona sobre a razão, necessidade e relevância da
estratégia de passagens semi-automáticas.
Por outro lado, nota-se a existência de pais/encarregados de educação que
assumem conscientemente e/ou inocentemente de que no ensino primário já não se
reprova, mesmo que o aluno tenha um mau aproveitamento pedagógico. Outro dado
importantíssimo é a questão da retenção do aluno que pouco tem tido adesão pois
as pessoas consideram a retenção como uma regressão, uma vez que o aluno é
impedido de progredir para a classe seguinte antes de revelar o domínio de
conteúdos assimilados ao longo do ano.
O Regulamento Geral do Ensino Básico (2008), preconiza que nas classes
finais dos ciclos de aprendizagens o professor goza de autonomia de reter o
aluno que não se encontrar em condições de avançar para o nível subsequente. O
mesmo documento ainda preconiza que nas classes que não sejam da conclusão do
ciclo de aprendizagem, como primeira e terceira classes, o pai/encarregado de
educação pode reter o aluno que não ostentar os resultados esperados. Para o
efeito, deve solicitar-se junto ao director de turma e da direcção da escola.
Mas, o que frequentemente se verifica é que a retenção tem sido pouco aderida.
Como consequência, as crianças acumulam as declarações de passagens sem possuir
as devidas competências.
Há pais/encarregados de educação que se eximem das suas responsabilidades,
refugiando-se sempre na falta de tempo para o não cumprimento do papel que lhes
são reservados.
É evidente que a dinâmica da vida actual, principalmente nas cidades, tem
remetido ao indivíduo à uma série de correrias em busca do pão. Mas mesmo assim
a que se racionalizar o tempo para desenvolver-se as acções que visam o
acompanhamento adequado dos educandos.
No que tange ao aluno, embora pequeno em idade, deve ser incutido a cultura
de aprender, ler, escrever e realizar as tarefas que lhes são dados pelos
professores. A questão que se levanta é a seguinte: De que maneira a criança
cumpre na íntegra com as orientações do professor?
O conselho escolar deve envolver a comunidade estudantil nos programas por
si agendados em coordenação com o Ministério da Educação, isto é, através da
participação no processo de tomada de decisão e estipulação das taxas que são
estipuladas para prosseguir-se com as actividades desportivas e
extra-curriculares.
Portanto, para que efectivamente isso possa acontecer, implica que haja as
campanhas constantes de alfabetização dos pais/encarregados de educação que não
cumprem com o dever que têm sobre o educando.
Bom o professor deve ser dinamico sim, mas o Governo Mocame bicano falhou na emplementacao desse passagem porque se o aluno nao assimila bem a materia nao tem condicoes de progridir, mas dizem que pra se reter deve-se solicitar o encarregado de educacao e se nao aparecer? a crianca passa com as suas dificuldades. ate algumas criancas ja nem se preucupam alegando que vai progridir mesmo sem saber desde que nao falte a escola. Onde e que estamos afinal de contas, porque se abuliu o curriculo antigo? porque ai a crianca estudava bem e como.
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