O processo de matrículas da primeira classe para a população em idade
oficial de admissão referente ao ano de 2015 inicia no primeiro dia do mês de
Outubro até ao trigésimo primeiro dia do mês de Dezembro à escala nacional.
Praticamente são 3 meses cheios que equivalem 90 dias.
O aumento de dias foi decretado pelo órgão máximo do sector, que é o
Ministério de Educação. De salientar que, para a implementação desta medida,
alegou-se o proporcionamento do período suficiente para os pais e encarregados
de educação inscreverem os seus filhos em idade escolar.
Neste ano, com a ansiedade do tamanho do mundo esperava-se que a medida em
vigor fosse conduzida à revisão e a possível reformulação. No ano passado
sucedeu-se que dois dias após o seu arranque, em algumas escolas da Cidade de Maputo
já não dispunham-se de vagas para as crianças que cujos responsáveis não teriam
feito as matrículas no dia anterior.
Os pais e encarregados de educação tiveram a concepção de que com o
alargamento do período, o processo de matrículas seria exequível à qualquer
altura que se dirigissem até as escolas. Porém, não tiveram em conta a questão
da inexistência da relação directa entre o número de crianças em idade oficial
existente no país e o número de vagas existentes nas escolas que ministram o
primeiro ciclo de ensino primário obrigatório.
No meu entender parece que alastrou-se apenas o período da realização de
matrículas e manteve-se o mesmo número de vagas para as crianças de 6 anos de
idade. Por outro lado, percebe-se que não se reforçou a construção de escolas
primárias para atender o número de crianças que anualmente cresce e como
consequência continua haver crianças fora do ambiente escolar.
Com esta análise, pretende-se referir que a medida em vigor não é aplicável
à todas regiões do país. Ora vejamos, para uma Cidade como Maputo não havia
tanta necessidade de se alargar, exageradamente, o período de matrículas. Em
Maputo, para além de o número de crianças em idade escolar ser elevado, os pais
e encarregados de educação já estão sensibilizados através de vários órgãos da
comunicação social a aderir a educação formal que exclusivamente é oferecida
pela escola.
Por isso, os pais e encarregados de educação têm se preparado
atempadamente, diferentemente das populações localizadas nas zonas rurais e ou
recônditas do país, onde é imperioso que se desenhe uma estratégia acertada de
marketing de forma que os populares percebam a real necessidade de matricular
os filhos e apostar-se na educação como base de desenvolvimento integral do
Homem.
Entretanto, há relatos que revelam de que em algumas povoações do país o
professor é quem se dirige até às comunidades para matricular as crianças
porque os pais/encarregados não se dão intervalo de interromper as actividades
diárias para madrugar e formar longas filas tal como acontece em Maputo. Eles
têm se dedicado regularmente ao trabalho do campo agrícola (machamba).
É de extrema urgência que as políticas educacionais traçadas procurarem
reflectir na íntegra a realidade dos moçambicanos. É indubitável que a ideia da
uniformização de medidas curriculares não tem sido boa estratégia, isto é, não
gera os resultados esperados.
Um exemplo ilustrativo foi dado na sala de aulas por um docente referente
ao texto de exame de Português da 12ª classe do ano antepassado no qual
abordava-se sobre o uso da internet. A comissão de elaboração de exames
olvidou-se de que a prova final (exame) é de carácter nacional, e no país,
infelizmente ainda há localidades que a corrente eléctrica ainda não chega.
Para um aluno que vive nessas condições em que não haja luz eléctrica, ainda
que possua inteligência de que nível, dificilmente podia interpretar e resolver
correctamente as questões do texto por causa dos termos técnicos (inglês) que
não são de fácil compreensão e decifração.
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