segunda-feira, 13 de abril de 2015

NÃO À POLUIÇÃO SONORA NO CAMPUS DA UEM!



Na passada quarta-feira, por voltas das 8 horas da manhã, no Campus da mais antiga instituição do ensino superior em Moçambique, (UEM) aconteceu algo inédito e perturbador. Considero inédito e perturbador porque qualquer pessoa que por lá passava dizia estar espantada, visto que, o fenómeno actuava pela primeira vez. E por via disso, agitava o decurso normal de actividades académicas que, diariamente, são desenvolvidas naquele estabelecimento de ensino.

O que na verdade aconteceu foi o seguinte:
Os homens do refrigerante Coca-Cola instalaram-se justamente à escassos metros da Biblioteca Central Brazão Mazula, isto é, perto da entrada para a Faculdade de Educação. Montaram o som e levantaram uma intensa poluição sonora que se estendeu até ao opor do sol.

Na medida em que a intensidade da poluição sonora ia aumentando apareceu-me a questão do tipo: Quem foi o sujeito que, legalmente,  teria autorizado os homens para dar Show na academia? A Universidade Eduardo Mondlane é conhecida e apelidada como sendo a marca do ensino superior em Moçambique. Mentira ou verdade, o certo é que a elevada consideração que se tem pela UEM deve servir de motivo de inquietação aos membros do seu conselho universitário.

Entretanto, a ideia da marca exige por um lado que seja preservada,  salvaguardada e renovada dia após dia. Por outro lado, exige e/ou pressupõe que a UEM seja a amostra representativa de todos estabelecimentos de ensino do nível superior existentes no país, daí que, é inadmissível decorrer um episódio que contraria o sentido e princípios de uma universidade.

Penso que, na academia, devia decorrer somente eventos cuja finalidade visa reforçar e intensificar a formação dos estudantes e não actividades que constituem barreira para a ocorrência eficaz do processo de ensino e aprendizagem tal como assistiu-se das 8h as 17h daquele dia.

É certo que de vezes em quando a academia deve realizar programas daquela natureza para distrair as mentes dos estudantes e docentes que passam longas noites a decifrar teorias e utopias científicas, mas penso que seria bom se se planeasse uma manhã, uma tarde ou uma noite e num lugar apropriado e não acolher-se de surpresa alguns dos actores educativos.


Portanto, a poluição sonora é bem-vinda para as datas comemorativas da instituição ou dia aberto, baile dos caloiros e não um dia normal de aulas como quarta-feira, 8 de Abril de 2015, notemos que o indivíduo que apenas saíra de casa com intenção de ler, fazer avaliação ou pesquisar na biblioteca dificilmente pôde-se concentrar.