A educação é um bem precioso que deve ser preservada e transmitida por toda
entidade, quer singular quer colectiva.
Em Moçambique, a educação (formal) que por excelência é desenvolvida pela
instituição escolar está a registar avanços significativos comparativamente há
um passado recente.
Com a implementação do novo currículo em 2004, o primeiro ciclo do nível
básico passou a ser gratuito. Desde então, diversas entidades públicas e
privadas têm vindo a incrementar as campanhas de sensibilização e alfabetização
em prol da educação.
Por outro lado regista-se o número considerável de mulheres que durante
muito tempo se via excluído pelas imposições sociais e outros motivos e
actualmente começa a se interessar pelos estudos. Em algumas comunidades,
nota-se que a actual tendência da socialização primária já não discrimina a
rapariga no que tange ao acesso à escolarização. Ou seja, actualmente, a
rapariga é também vista como membro da sociedade capaz de exercer as funções
que anteriormente eram consideradas somente para os rapazes.
Segundo Langa 2013, infelizmente, ainda prevalece no ensino moçambicano a
pobreza e miséria em preparar o Homem para responder positivamente os desafios
sociais e económicas do país. Por exemplo, concluído o nível médio, o indivíduo
procura seguir pelo ensino superior e quando não for admitido, opta em fazer
cursos (inglês, informática) alternativos, caso contrário, recorre à qualquer
ocupação que lhe possa garantir alguma rentabilidade financeira.
Na perspectiva de Alípio (2014), o graduado do nível médio, quando
questionado pela instituição empregadora à respeito daquilo que pode saber
fazer, tem respondido nos seguintes termos: "Nada sei, mas posso fazer
qualquer coisa"!
Este tipo de reacção vem a secundar a ideia de que o ensino moçambicano
está longe de preparar o Homem para responder a demanda dos candidatos ao
mercado de trabalho. Deste modo, não se pretende debruçar sobre a questão do
“famoso” cinco anos de experiência, que normalmente são exigidos aos
recéns-graduados, pois entende-se que o trabalho não deve ser feito na base de
experiência, mas sim do conhecimento. A experiência profissional se adquire por
meio de conhecimento e o conhecimento é que fabrica a experiência.
Face a esse cenário, é
necessário que os currículas nacionais procurem espelhar na íntegra a realidade
moçambicana. A falta de recursos humanos qualificados e competentes, a
superlotação de alunos em sala de aulas, a escassez de materiais de ensino, o
processo de ensino e aprendizagem que ocorre por debaixo de árvore em algumas
zonas do país não devem constituir motivo determinante para assumir-se que o
actual ensino está longe de atingir a qualidade desejada.
O processo de ensino e aprendizagem exige o engajamento de todos agentes
educativos envolvidos neste fenómeno social que é a educação. Para o efeito, a
que se desenhar políticas educativas que permitam com que haja uma educação de
qualidade nas condições vigentes.
As instituições de ensino vocacionadas à formação do professor como UP,
IMAP, ADPP, são chamadas à desenvolver modelos de formação de
professores que incluem os mecanismos a serem usados face a superação de
múltiplos problemas que se verificam nas escolas.
As entidades privadas e parceiros do Ministério da Educação devem
intensificar os níveis de apoios às escolas. Quanto aos pais e encarregados de
educação, estes devem participar nos processos de tomadas de decisões
e contribuir financeiramente para a implementação de
actividades que o Ministério da Educação não atende devido ao pouco
investimento que é alocado ao sector da educação, embora se diga que a educação
é uma prioridade. E por fim, deve-se pregar no ouvido e na mente do aluno de
que a aprendizagem não inicia e nem termina nas 4 paredes da sala de aulas. É
necessário que seja arrastado até a comunidade e só assim é que o aluno poderá
ser um auto-didáctico.
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