segunda-feira, 24 de novembro de 2014

UM OLHAR SOBRE A NOSSA EDUCAÇÃO



A educação é um bem precioso que deve ser preservada e transmitida por toda entidade, quer singular quer colectiva.
Em Moçambique, a educação (formal) que por excelência é desenvolvida pela instituição escolar está a registar avanços significativos comparativamente há um passado recente.

Com a implementação do novo currículo em 2004, o primeiro ciclo do nível básico passou a ser gratuito. Desde então, diversas entidades públicas e privadas têm vindo a incrementar as campanhas de sensibilização e alfabetização em prol da educação.

Por outro lado regista-se o número considerável de mulheres que durante muito tempo se via excluído pelas imposições sociais e outros motivos e actualmente começa a se interessar pelos estudos. Em algumas comunidades, nota-se que a actual tendência da socialização primária já não discrimina a rapariga no que tange ao acesso à escolarização. Ou seja, actualmente, a rapariga é também vista como membro da sociedade capaz de exercer as funções que anteriormente eram consideradas somente para os rapazes.

Segundo Langa 2013, infelizmente, ainda prevalece no ensino moçambicano a pobreza e miséria em preparar o Homem para responder positivamente os desafios sociais e económicas do país. Por exemplo, concluído o nível médio, o indivíduo procura seguir pelo ensino superior e quando não for admitido, opta em fazer cursos (inglês, informática) alternativos, caso contrário, recorre à qualquer ocupação que lhe possa garantir alguma rentabilidade financeira.
Na perspectiva de Alípio (2014), o graduado do nível médio, quando questionado pela instituição empregadora à respeito daquilo que pode saber fazer, tem respondido nos seguintes termos: "Nada sei, mas posso fazer qualquer coisa"!

Este tipo de reacção vem a secundar a ideia de que o ensino moçambicano está longe de preparar o Homem para responder a demanda dos candidatos ao mercado de trabalho. Deste modo, não se pretende debruçar sobre a questão do “famoso” cinco anos de experiência, que normalmente são exigidos aos recéns-graduados, pois entende-se que o trabalho não deve ser feito na base de experiência, mas sim do conhecimento. A experiência profissional se adquire por meio de conhecimento e o conhecimento é que fabrica a experiência.

Face a esse cenário, é necessário que os currículas nacionais procurem espelhar na íntegra a realidade moçambicana. A falta de recursos humanos qualificados e competentes, a superlotação de alunos em sala de aulas, a escassez de materiais de ensino, o processo de ensino e aprendizagem que ocorre por debaixo de árvore em algumas zonas do país não devem constituir motivo determinante para assumir-se que o actual ensino está longe de atingir a qualidade desejada.

O processo de ensino e aprendizagem exige o engajamento de todos agentes educativos envolvidos neste fenómeno social que é a educação. Para o efeito, a que se desenhar políticas educativas que permitam com que haja uma educação de qualidade nas condições vigentes.

As instituições de ensino vocacionadas à formação do professor como UP, IMAP, ADPP, são chamadas à desenvolver modelos de formação de professores que incluem os mecanismos a serem usados face a superação de múltiplos problemas que se verificam nas escolas.


As entidades privadas e parceiros do Ministério da Educação devem intensificar os níveis de apoios às escolas. Quanto aos pais e encarregados de educação, estes devem participar nos processos de tomadas de decisões e contribuir financeiramente para a implementação de actividades que o Ministério da Educação não atende devido ao pouco investimento que é alocado ao sector da educação, embora se diga que a educação é uma prioridade. E por fim, deve-se pregar no ouvido e na mente do aluno de que a aprendizagem não inicia e nem termina nas 4 paredes da sala de aulas. É necessário que seja arrastado até a comunidade e só assim é que o aluno poderá ser um auto-didáctico.


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