terça-feira, 30 de setembro de 2014

Jornadas Científicas





terça-feira, 2 de setembro de 2014

UEM, a marca do ensino superior em Moçambique




                             
Em algumas conversas descontraídas nas quais tenho tido com os diferentes actores educativos de instituições do ensino superior que operam no país, tem havido uma corrente de opinião que defende com garra a ideia segundo a qual a UEM é a marca do ensino superior em Moçambique. Verdade ou mentira, o certo é que é trata-se de uma opinião, tal como as outras que são avançadas sem nenhuma base científica.

A ideia de uma marca é entendida como sendo um símbolo, modelo, padrão de um produto/serviço com vista a satisfação das necessidades primárias do cliente. Se se concordar com este tipo de posicionamento, então pode-se assumir que a UEM é a marca do ensino superior em Moçambique? Uma marca relaciona-se, também, com o nível de qualidade apresentado por um produto/serviço. Para o caso de uma instituição educacional, a qualidade pode ser entendida como sendo a postura dos estudantes e a eficácia dos serviços prestados pelos graduados visto que são produtos da UEM.

De frisar-se que a UEM é a primeira instituição a leccionar o ensino superior no país e que por meio disso já despoletou ao mercado de trabalho muito dos quadros que sempre ocuparam as altas posições nos sectores laborais, facto que lhe confere uma vantagem natural quanto às outras instituições existentes no país.

Actualmente assiste-se o aumento do número de graduados do nível médio que se mostra preocupado pela busca da qualificação superior, entretanto, as entidades competentes têm-se engajado no sentido de alastrar a acessibilidade do ensino superior.

O esforço empreendido se confunde com a política de massificação do ensino adoptada pela Frelimo logo após a independência de Moçambique em 1975. A garantia do acesso ao ensino superior aos moçambicanos é bom, pois, mentalizou-se de forma (in)consciente que o ensino superior é o meio mais eficaz que permite o rápido desenvolvimento de qualquer cidadão moçambicano.

A expansão exponencial das instituições do ensino superior que se verifica nos últimos tempos revela a clara incapacidade da UEM em proporcionar o maior acesso e sucesso aos estudantes que por lá se dirigem. Portanto, a questão do ensino superior em Moçambique ainda merece ser discutida profundamente por meio da realização de conferências que girem em torno da análise dos recursos humanos, financeiros e materiais disponíveis nas instituições.

Ainda Sobre o Festival Nacional de Cultura


Na semana finda, a província de Inhambane viveu os diversos momentos de glamor no âmbito do festival nacional de cultura que decorre bienalmente em Moçambique. O 8 festival tinha como lema: unidade na diversidade inspirando para a construção da moçambicanidade. O evento visa exclusivamente promover as diferenças culturais que a sociedade (multifacetada) moçambicana possui.

Ao longo do festival, exibiu-se com exactidão o orgulho nacional através de gastronomia, expressões culturais e artísticas que exprimiam a identidade moçambicana na sua plenitude.

A pessoa que lá esteve presente, parecia que tivesse ’’alienado’’ uma cultura que é contrária daquela que nos habituou no seu dia-a-dia, sobretudo a pessoa que vive numa zona agitada como cidade de Maputo, pois tem-se apresentado como um indivíduo do ocidente.

Assim que caiu o pano do fundo que cobria o festival, já começa-se por regressar-se ao local da proveniência para dar-se continuidade com as actividades laborais e ao encontro do convívio familiar que por vezes é marcado por um ambiente que em nada expressa a real identidade do povo moçambicano.

O festival terminou, a questão que se coloca é: de que maneira é que continuar-se-á a divulgar a cultura moçambicana tal como se fez durante o festival? Esta questão deve ser respondida tendo em consideração de que está-se a viver num mundo cada vez mais ’’globalizado’’ no qual Moçambique faz parte.

O indivíduo que durante ao festival recitava poesia em nossas línguas locais, dançava as danças tradicionais, deliciava-se com a variedade gastronómica moçambicana, hoje tem acesso de gozar desta moçambicanidade porque no meio social em que se encontra inserido (família, escola, igreja) reina uma certa cultura da classe dominante. Até na escola que é um lugar onde se cruzam as múltiplas etnias, constata-se que poucos são os conteúdos que reflectem a moçambicanidade. Por outro lado, as vestes usadas durante ao festival, hoje são severamente repudiadas na escola e nos locais de trabalho. Há quem diga que é o resultado da globalização, por isso, aumentam as inúmeras coisas que nos chegam aos nossos olhos sem a necessidade de deslocar-se de um ponto para outro.