terça-feira, 2 de setembro de 2014

Ainda Sobre o Festival Nacional de Cultura


Na semana finda, a província de Inhambane viveu os diversos momentos de glamor no âmbito do festival nacional de cultura que decorre bienalmente em Moçambique. O 8 festival tinha como lema: unidade na diversidade inspirando para a construção da moçambicanidade. O evento visa exclusivamente promover as diferenças culturais que a sociedade (multifacetada) moçambicana possui.

Ao longo do festival, exibiu-se com exactidão o orgulho nacional através de gastronomia, expressões culturais e artísticas que exprimiam a identidade moçambicana na sua plenitude.

A pessoa que lá esteve presente, parecia que tivesse ’’alienado’’ uma cultura que é contrária daquela que nos habituou no seu dia-a-dia, sobretudo a pessoa que vive numa zona agitada como cidade de Maputo, pois tem-se apresentado como um indivíduo do ocidente.

Assim que caiu o pano do fundo que cobria o festival, já começa-se por regressar-se ao local da proveniência para dar-se continuidade com as actividades laborais e ao encontro do convívio familiar que por vezes é marcado por um ambiente que em nada expressa a real identidade do povo moçambicano.

O festival terminou, a questão que se coloca é: de que maneira é que continuar-se-á a divulgar a cultura moçambicana tal como se fez durante o festival? Esta questão deve ser respondida tendo em consideração de que está-se a viver num mundo cada vez mais ’’globalizado’’ no qual Moçambique faz parte.

O indivíduo que durante ao festival recitava poesia em nossas línguas locais, dançava as danças tradicionais, deliciava-se com a variedade gastronómica moçambicana, hoje tem acesso de gozar desta moçambicanidade porque no meio social em que se encontra inserido (família, escola, igreja) reina uma certa cultura da classe dominante. Até na escola que é um lugar onde se cruzam as múltiplas etnias, constata-se que poucos são os conteúdos que reflectem a moçambicanidade. Por outro lado, as vestes usadas durante ao festival, hoje são severamente repudiadas na escola e nos locais de trabalho. Há quem diga que é o resultado da globalização, por isso, aumentam as inúmeras coisas que nos chegam aos nossos olhos sem a necessidade de deslocar-se de um ponto para outro.




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