Na semana finda, a província de Inhambane viveu os diversos momentos de
glamor no âmbito do festival nacional de cultura que decorre bienalmente em
Moçambique. O 8ᵒ festival tinha como lema: unidade na
diversidade inspirando para a construção da moçambicanidade. O evento visa
exclusivamente promover as diferenças culturais que a sociedade (multifacetada)
moçambicana possui.
Ao longo do festival, exibiu-se com exactidão o orgulho nacional através de
gastronomia, expressões culturais e artísticas que exprimiam a identidade
moçambicana na sua plenitude.
A pessoa que lá esteve presente, parecia que tivesse ’’alienado’’ uma
cultura que é contrária daquela que nos habituou no seu dia-a-dia, sobretudo a
pessoa que vive numa zona agitada como cidade de Maputo, pois tem-se
apresentado como um indivíduo do ocidente.
Assim que caiu o pano do fundo que cobria o festival, já começa-se por
regressar-se ao local da proveniência para dar-se continuidade com as
actividades laborais e ao encontro do convívio familiar que por vezes é marcado
por um ambiente que em nada expressa a real identidade do povo moçambicano.
O festival terminou, a questão que se coloca é: de que maneira é que
continuar-se-á a divulgar a cultura moçambicana tal como se fez durante o festival?
Esta questão deve ser respondida tendo em consideração de que está-se a viver
num mundo cada vez mais ’’globalizado’’ no qual Moçambique faz parte.
O indivíduo que durante ao festival recitava poesia em nossas línguas
locais, dançava as danças tradicionais, deliciava-se com a variedade
gastronómica moçambicana, hoje tem acesso de gozar desta moçambicanidade porque
no meio social em que se encontra inserido (família, escola, igreja) reina uma
certa cultura da classe dominante. Até na escola que é um lugar onde se cruzam
as múltiplas etnias, constata-se que poucos são os conteúdos que reflectem a
moçambicanidade. Por outro lado, as vestes usadas durante ao festival, hoje são
severamente repudiadas na escola e nos locais de trabalho. Há quem diga que é o
resultado da globalização, por isso, aumentam as inúmeras coisas que nos chegam
aos nossos olhos sem a necessidade de deslocar-se de um ponto para outro.
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