A selecção moçambicana de futebol que carinhosamente é designada de mambas,
desloca-se à capital de Tanzânia com algumas baixas dos seus titulares
jogadores que por sorte actuam no estrangeiro, como é o caso de Simão e Sonito.
Não é sobre as razões que podem estar ligadas às ausências que se pretende
abordar neste texto, mas sim de atitude que encrava o desenvolvimento do
futebol moçambicano como profissão.
Depois da Copa do Mundo recentemente realizado é a vez do jogo da primeira
mão da eliminatória de acesso à fase de grupos rumo à qualificação do Can
Marrocos 2015 que a Federação Nacional de Futebol não adiou os jogos agendados
para a décima quinta jornada a contar para a segunda volta de moçambola, prova
máxima de futebol nacional.
Na passada noite de quarta-feira, através de diferentes órgãos de
comunicação social ficou-se sabendo que as equipas cujos jogadores não foram
convocados para o embate de Domingo, deviam prosseguir normalmente com a
calendarização de jogos, por exemplo: Desportivo de Maputo e Ferroviário de
Pemba, 15h de Domingo.
O não adiamento da jornada foi demais, pois coincidiu com um jogo da nossa
selecção onde por sinal esperava-se que todos os jogadores e adeptos estivessem
presentes em Dar-Es-Salaam para acompanhar a grande exibição a ser feita pelos
mambas na tarde de Domingo próximo.
Esta é mais uma atitude desmotivadora para os amantes de futebol, em
particular para os praticantes desta modalidade desportiva, devia-se partir do
princípio de que mesmo os jogadores de Desportivo de Maputo, Têxtil de Pungue,
só para citar alguns exemplos desejariam ou deveriam ir à Tanzânia torcer pelos
mambas do primeiro ao último minuto.
Entretanto, sempre que se realiza alguma partida fora do relvado do Estádio
Nacional de Zimpeto, muitos jornalistas têm aparecido à nível da imprensa a
queixarem-se pela fraca presença de massa associativa moçambicana nos estádios.
Até um certo ponto, a queixa dos jornalistas faz sentido, mas ao redor dela
pode-se colocar a seguinte questão: Como é que um adepto poderá acompanhar a
exibição dos mambas se é chamado a assistir os dois jogos em estádios
diferentes que decorrem em simultâneo? Isto é, um da selecção e outro do clube.
Ou por outras, como é que um jogador de Ferroviário de Quelimane afirmar-se-á
nos meandros do futebol nacional se é interdito de ver as fintas dos maestros
nacionais, Dominguês, Mexer, entre outros. Portanto, penso que a essa altura já
devia se encarar o futebol nacional como uma profissão e não um mero
passatempo.
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